segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Clichê, clichê, clichê!

Os prédios grandes e brilhantes eram os mesmos, as casas que começavam em subidas e terminavam em descidas eram as mesmas, as pessoas; bom, talvez elas não fossem as mesmas, exceto aquelas que eu já conhecia, e que tinha a consciência de que já veria mais uma vez.
O ar gélido, o cheiro ruim que eu tanto gosto e desejo fervorosamente um dia poder senti-lo todos os dias, eram os mesmos.
As minhas intenções, porém não eram as mesmas, os meus sentimentos então, também não eram.
Só o que eu queria era ficar lá e esperar, esperar acabar logo antes que minha vontade talvez voltasse, eu sabia que poderia enfim no dia seguinte arrepender-me; sabia também que poderia arrepender-me mais uma vez se fizesse. E eu gostava mais da idéia de arrepender-me pela primeira opção, pois da segunda eu já havia provado.
Sendo dessa forma, valeu cada minuto tedioso daquele domingo, valeu cada comentário clichê das mesmas pessoas da outra mesma e ao mesmo tempo diferente vez.
Eu tentava não lembrar daquelas férias, tentava não pensar em como eu me senti ao fazer o que tenho feito desde que isso tudo começou: esperar... apenas esperar e só isso mesmo nada mais; não havia, não houve e não há uma chegada; e isso eu já aceitei.
Na verdade eu já aceitei tudo, agora tenho é vergonha de lembrar o quanto eu achava que precisava daquilo daquela forma pra respirar. Eu ainda preciso, não há porque negar, só não mais daquela forma.
As desculpas também foram as mesmas, as atitudes continuam as mesmas, posso resumir dizendo que tudo foi a mesma coisa, exceto eu, é claro. Tirando apenas um detalhe eu não fui e nem sou mais a mesma; olhar o celular de segundos em segundos na inútil e fracassada esperança de que ele toque, rá, chega a ser cômico, é, nisso eu ainda não mudei. Mais tudo bem, o que era pior se foi, se foi da maneira mais dolorosa possível, mais ainda assim se foi.
Esse fim de semana foi esclarecedor, eu achava que não podia viver sozinha, achava que quando aqueles poucos que amo fossem um dia embora eu não suportaria continuar; mais se tem uma coisa que esse sagrado e tedioso fim de semana me mostrou foi que eu gosto, posso e preciso ser sozinha, eu não tenho mais nenhum tipo de metade, todas elas se quebraram, eu estou sozinha e gosto disso, e é assim que vou querer ser daqui pra frente. Sinto um alívio dos grandes ao perceber que não preciso mais de ninguém, me livrei daquilo que sempre desejei me livrar: pessoas. Eu não preciso delas, e nem elas de mim.